Chegamos na era dos questionamentos, e dentro do Candomblé um dos questionamentos mais debatidos é o dinheiro.
De uma lado os defensores da caridade, que defendem que Candomblé deve ser tudo gratuito e de outro os defensores de que “nada é feito de graça”.
O “meio termo” seria o justo.
Socialmente falando, num país como o Brasil, tudo tem preço; Despesas recorrentes como água, energia, IPTU, gás, entre outras. Sem contar que não é nada justo, que uma pessoa pare sua vida para nos ajudar, utilize todo seu conhecimento adquirido no decorrer de anos, onde inclusive foi gasto bastante dinheiro, de graça!
Religiosamente falando, o dinheiro faz parte do Ebó, faz parte do ritual. A troca é necessária, e é Esu quem diz isso. Eu sempre digo que o Ebó começa na mesa de jogo, onde Orisa indica o que deve ser feito, e após você paga, ou seja, troca o dinheiro pelas horas do sacerdote interpretando a fala dos deuses.
Eu não concordo quando alguém diz que “fulano” é mercenário ou cobra preços absurdos, porque o que é caro para mim pode não ser para o meu irmão, e “fulano” só cobra esses preços porque alguém paga. Esse”fulano” muitas vezes deixou de viver uma vida fora do Candomblé para se dedicar aos Orisas e ajudar as pessoas.
Precisamos lembrar que depois que nosso problema foi resolvido, vamos embora para casa felizes, e aquele sacerdote tem mais uma “ruma” de problemas de outras pessoas para cuidar.
As pessoas devem procurar uma casa que se adeque a sua realidade financeira, mas o que muito acontece são pessoas procurando casas que se adeque a encher seus olhos e inflar seu ego. Palacetes onde endeusam pessoas!
Reclamam de ajudar com R$ 100,00 na festa do Orisa, mas a pizza da sexta-feira à noite foi R$ 110,00! Prioridades né amigos.
Qualquer zelador sério e pautado nos princípios do Orisa, jamais se negaria a ajudar alguém NECESSITADO; passar “uma farinha”, um obi, um banho de ervas, uma palavra... Mas necessidade não é querer o marido da vizinha, e nem saber quando você será promovido no emprego. Olha o senso!
Enfim, o dinheiro é necessário e faz parte do Candomblé, você deve avaliar se isso é bom ou não, mas independente da sua posição quanto a isso, deve respeitar algo que sempre foi assim.
Seu carro não foi caro.
Seu aluguel ou sua casa não é caro.
Sua cerveja não é caro.
O presente do boy ou da mina não é caro.
O ingresso do show não é caro.
Só o do Pai ou Mãe de santo é caro?
Acho é lindo isso!!!!
Eu mesmo já custeei iniciação dando absolutamente TUDOOOO e não cobrando absolutamente NADAAAAAA, e nas horas que mais precisei da presença pra uma função ou mutirão, olhei pra um lado e pro outro e só vi os que pagaram, cheguei a uma conclusão:
Tudo que é de graça não tem valor algum!!!
Créditos: Ilè Àjágúnà Asé Ògún Mejéjé
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